Em
uma época em que se profanava a santidade de Deus, em que o culto ao Eterno não
era levado a sério, quando se oferecia oferta a Deus de forma desonrosa, quando
a adoração ao Senhor não era prioridade em que a melhor a fazer seria fechar as
portas do templo com tranca, o Eterno menciona um homem, um sacerdote, seu nome
era Levi.
O
livro do profeta Malaquias é muito atual. Certamente esta seja uma das
características de que a Bíblia é a Palavra de Deus. O tempo passa, mas ela
permanece. Geralmente nos momentos de calmaria em nossa vida tendemos a
relativizar as prioridades e práticas devocionais referentes ao nosso
relacionamento com Deus. Passamos a preocupar muito conosco mesmo,
supervalorizamos nossos desejos como se Deus, o Eterno, fosse alheio à nossa
existência. O profeta Malaquias, como boca de Deus, teve que denunciar estas coisas.
Fazendo jus ao significado do seu nome, “meu mensageiro”, o projeta exortou
severamente o povo.
Deus
usou o profeta Malaquias para evocar um modelo de sacerdote para que servisse
de referencial para aqueles homens que desdenhavam do ofício. Deus evocou Levi.
As características mencionadas por Deus se referindo a este sacerdote nos leva
à reflexão mais profunda. Deus havia feito uma aliança com Levi e tinha
interesse em revitalizar esta aliança. O projeta nos faz entender que Levi honrou a aliança feita.
Talvez este princípio seja um dos mais desprezado em nossos dias como o era na
época do profeta Malaquias.
Honrar
aliança não é algo importante atualmente. Talvez porque a aliança subtende
compromisso das partes envolvidas. Um relacionamento interpessoal exige
fidelidade, compromisso, cumplicidade e amor. Como sacerdote Levi honrou a
aliança feita com Deus, pois entendia que o propósito era vida e paz. Aliança
honrada produz vida e paz. Não é possível ser verdadeiramente feliz sem honrar
as alianças feitas. Esta é a principal razão da infelicidade humana.
Deus
lembrou ao profeta Malaquias para que este, por sua vez, lembrasse ao povo que
Levi viveu com reverencia e temor diante Dele. Não há apenas uma falta
de respeito dos filhos para com seus pais ou, com os mais velhos, como deveria
ser. Há em nossos dias, principalmente por parte da religião, uma falta de
reverência para com Deus sem procedência. As pessoas não têm reverência para
com Deus, não O tratam como o devido respeito. Deus é para muitos um “cara” o
“homem lá de cima” ou coisa do gênero. O temor do Senhor não é medo de Deus,
pois, o medo faz com que nos afastemos de algo. Mas, o temor de Deus, faz com
que dEle queiramos nos aproximar.
Deus,
falando ainda sobre Levi, disse que ele ensinou a verdade e não mentiu. Um sacerdote deve ensinar a
verdade ao seu povo, caso contrário, o povo inventará sua própria verdade. As
pessoas olham para os sacerdotes e esperam orientação. O sacerdote é um
mensageiro de Deus e se ele não ensina a verdade, grande confusão predominará.
A verdade de Deus deve ser anunciada de forma imparcial, sem bairrismo
denominacional e sem protecionismo religioso. Verdade é verdade para todos!
Levi
também andou com Deus em paz e retidão, protegeu muitos, impedindo que caíssem
na valeta, e assim os manteve na estrada. Semelhantemente aos dias do profeta
Malaquias, muitos sacerdotes perderam o referencial, não desfrutam da paz de
Deus e, consequentemente, não podem proteger os outros como é próprio de um
sacerdote fiel. Por conta disso muitos saem do caminho, não têm como se manter
na estrada. Alguns que nesta estrada já trilhavam há muitos anos, hoje se
encontram bem longe do caminho.
Nesta
época em que se profanava a santidade de Deus, em que o culto ao Eterno não é
levado à série como deveria, carecemos de referenciais, modelos, arquétipos
sacerdotais. Precisamos de graça para imitá-los a fim de que a porta do templo
se mantenha aberta e no seu interior a adoração aceitável pelo Eterno.
Por Ricardo Mota
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